Funcionário foi convidado e recusou passeio em helicóptero que caiu e matou 3 em fazenda no Sul de MG
28/01/2025
Piloto da aeronave também convidou para o passeio o gerente da fazenda e a esposa dele, auxiliar administrativa da propriedade. Os três morreram no acidente. Investigações devem apontar causa da queda de helicóptero que deixou três mortos em MG
O coordenador da fazenda onde um helicóptero caiu e matou três pessoas disse que também foi convidado para fazer o passeio, mas recusou o convite porque tinha compromissos de trabalho. O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira (27), no Sul de Minas Gerais.
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Além do piloto Fernando André Ferreira, de 46 anos, faleceram o gerente da fazenda, Lúcio André Duarte, de 39 anos, e a esposa dele, Elaine Moraes Souza, 37 anos, auxiliar administrativa da propriedade.
"Na hora do almoço, o piloto chamou para dar uma voada na área que eles fizeram [a pulverização]. E não deu para ir, porque eu tive um serviço para fazer. Acabou indo ele [Lúcio] e a esposa, e infelizmente aconteceu o que aconteceu", afirmou José Camilo de Assis Andrade, coordenador da fazenda.
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O coordenador havia feito o mesmo passeio dias atrás e comentou que só teve coragem de voar porque percebeu a competência do piloto.
"Fiz um voo com ele no dia que ele estava fazendo a pulverização, faz uns 10 dias. Um rapaz, um piloto muito bom. Eu só voei com ele porque a gente foi ganhando a confiança. Na verdade, nunca tive vontade de andar e ele sempre voando aí, a gente vendo, ganhando a confiança dele, aí eu consegui dar uma volta com ele, mas é triste", lamentou.
As mortes causaram comoção entre os funcionários da fazenda. "A Elaine era a madrinha do meu neto que vai fazer 5 meses agora. A gente só tem um sentimento muito grande porque era um casal que tinha um coração enorme", disse Andrade.
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O dono da propriedade, Amauri Pinto Costa, disse à EPTV, afiliada TV Globo, que os ocupantes da aeronave tinham saído no helicóptero para ir para uma outra fazenda e estavam retornando ao local de partida quando o acidente aconteceu.
Ainda conforme o dono da fazenda, o acidente aconteceu por volta de 16h. Segundo ele, o piloto é de Goiânia. Ele prestava serviço de pulverização na fazenda.
Segundo o boletim de ocorrência, funcionários da fazenda relataram para a PM que avistaram a aeronave, que era utilizado para a pulverização da lavoura, tentando pousar e que, de repente, ela girou e bateu com a parte frontal contra o solo.
Ainda segundo informações do boletim de ocorrência, o filho do piloto e sócio da empresa que prestava o serviço de pulverização também estava na fazenda. Ele teria retirado o corpo do pai para evitar que ele fosse carbonizado.
Os corpos das vítimas foram retirados na manhã desta terça-feira (28) pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados para o IML de São Lourenço (MG) para serem submetidos a exames de necropsia e identificação.
Helicóptero era adaptado
Helicóptero que caiu no Sul de Minas era adaptado para fazer pulverização de lavouras
Reprodução Redes Sociais
O helicóptero Robinson modelo R44 II, prefixo PR-TIB, foi fabricado em 2009 e tinha capacidade para três passageiros. Ele era adaptado para fazer pulverização de lavouras.
Segundo o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave pertencia à Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Grande Goiânia Ltda. Conforme o registro da Anac, consta como operadores as empresas HDG Escola de Aviação Civil e Aerogreen Aviação Agrícola LTDA.
Ainda conforme o registro, a aeronave tinha autorização para fazer voos noturnos e era especializada para trabalhos aeroagrícolas.
Segundo o sistema da Anac, a aeronave estava com operação negada para táxi aéreo (transporte comercial de passageiros), mas com situação de aeronavegabilidade "normal". Isso significa que o helicóptero poderia ser usado normalmente pelo dono, para fins particulares.
Investigações
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Investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizados no Rio de Janeiro (RJ), foram acionados para atender a ocorrência e devem chegar na tarde desta terça-feira (28) no local do acidente.
Na ação inicial, a FAB informou que são utilizadas técnicas específicas para a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação.
A FAB ainda afirmou que a conclusão da investigação "terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes".
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